
Estudos, Câmera e Ação!
O projeto Estudos, Câmera e ação oferece atividades que conectam educação, cultura e tecnologias para adolescentes e jovens de 12 a 16 anos, moradores das comunidades do Alto da Boa Vista e seu entorno, localidade que carece de ofertas de cultura e lazer. As atividades do projeto incluem o acompanhamento social de suas respectivas famílias, realizado pela equipe de Serviço Social da Asbrinc, suporte nutricional, reforço do conteúdo escolar nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, oficinas criativas nas áreas de fotografia, cinema, audiovisual e novas tecnologias, além de passeios culturais e aulas de campo.
O projeto articula o reforço escolar com atividades de culturais, integrando e interagindo com temas geradores. A integração destas atividades é feita através de uma metodologia de trabalho com projetos, a partir da proposta de Hernandez e Paulo Freire em que as atividades são planejadas e propostas pelos/as alunos/as, tendo o professor como mediador na elaboração das atividades e, como eixo e tema gerador a vida na comunidade, sua história, tradições e problemas sociais e ambientais, tais como assédio, violência, racismo, uso consciente das redes sociais, entre outros. O tema gerador é sempre relacionado a algo da vivência dos alunos, de suas perguntas, curiosidade e interesse. Esta metodologia de trabalho, dá oportunidade de integrar o reforço do aprendizado com produção de vídeos, oficinas de fotografia, poesia, cinema, literatura e passeios culturais. Trabalhar com a metodologia de tema gerador é uma possibilidade de impulsionar a troca de saberes por meio do diálogo e da problematização da realidade, respeitando as diferenças de cada sujeito e valorizando a visão de mundo que os educandos trazem do seu contexto social e cultural.
Um dos principais objetivos do projeto, além de oferecer apoio pedagógico através do reforço escolar, é expandir o universo sociocultural dos jovens e adolescentes através do contato com a fotografia, o cinema e o audiovisual, entendendo a importancia destas artes não apenas como forma de entretenimento, mas também como instrumentos capazes de dar voz e protagonismo no enfrentamento de questões sociais que atravessam suas realidades. Além de aprender a manusear equipamentos profissionais, os educandos aprendem a utilizar recursos mais acessíveis como celular, para que eles possam se apropriar da cultura digital e produzirem suas próprias narrativas. As aulas de campo e os passeios culturais buscam promover a democratização do acesso à cultura e ao lazer.
O ensino das práticas fotográficas e audiovisuais, pelo seu caráter interdisciplinar, proporciona, além do conhecimento técnico, uma série de ações positivas, como o fortalecimento da autonomia, da identidade cultural, preservação da memória social, pertencimento de seus territórios, formação de consciência crítica e senso de coletividade. Abrindo caminhos para novos pensamentos e possibilidades através da arte, da cultura e da educação.
Em 2024, o curta-metragem 18 de Maio, desenvolvido na oficina de audiovisual e novas tecnologias, foi selecionado para a Mostra Geração da 27ª edição do Festival do Rio. O curta foi criado a partir das discussões sobre o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Um momento muito emocionante para os adolescentes e jovens, que se viram, através deste reconhecimento, capazes de desenvolver projetos relevantes, não só para eles, mas para a sociedade.
Em 2025, o curta-metragem Pátria Amada, que aborda a fome e a desigualdade social a partir da discussão sobre o filme Ilha das Flores (1989) de Jorge Furtado, foi selecionado para a Mostra Visorama da 18ª edição do Festival Visões Periféricas, a ser realizado entre os dias 12 a 18 de março de 2025.





